Experiência de ajardinamento em área arborizada

A oportunidade de realizar a experiência surgiu no espaço que podemos denominar “Bosque Dona Risoleta Jorge” porque o terreno pertence ao Instituto Campineiro dos Cegos Trabalhadores – ICCT –, que tem sua sede em uma área doada pelos herdeiros de Dona Risoleta Jorge, na Avenida Washington Luís nº 570, Campinas, São Paulo.

A parte arborizada, cerca de 4 dos 20 mil metros quadrados do terreno, vinha se degradando pela força das águas pluviais e falta de cuidados específicos. A erosão já formava vossorocas de até um metro de profundidade e as raízes das árvores começavam a ficar expostas, reclamando urgente recuperação ambiental. Os cuidados que a área recebia resumiam-se à varreção e queima da “sujeira”, ou seja, das folhas decíduas e do lixo por ali largado.

A idéia básica da recuperação foi o terraceamento, ou seja, a formação de curvas de nível, com apoio de pequenos murunduns.

Para que a área preservada se tornasse ao mesmo tempo útil para a recreação, a idéia foi criar caminhos entre as árvores, acompanhando as curvas de nível, e aproveitar as mesas e banquinhos de concreto já instalados entre as árvores. Estão faltando bancos de jardim, para ampliar os espaços onde as pessoas podem sentar-se e conversar, ler, contemplar...

Outra idéia básica foi usar apenas materiais de baixo impacto ecológico, como tijolos de demolição, paralelepípedos. Poderiam ser usados também dormentes de estrada de ferro, mas não se conseguiu acesso a esse tipo de material. Os tijolos de demolição, material mais usado (por ser mais acessível), foram fixados sem nenhum cimento ou cal, apenas barro molhado para acertar as fileiras. Assim, eles podem ser mudados a qualquer momento, e caso sejam abandonados poderão misturar-se à terra, sem formar entulho de grande impacto para o solo.

O resultado foi a formação de canteiros com grossas camadas de folhas e galhos secos protegendo a terra que antes era nua, e esses canteiros servem para o plantio de plantas de sombra e meia-sombra tais como marantas, dracenas, helicônias, singônios e assim por diante.

As fotos falam por si; as legendas ajudam um pouco.